“É no campo da vida que se esconde um tesouro.

Vale mais que o ouro, mais que a prata que brilha.

É presente de Deus, é o céu já aqui, o amor mora ali e se chama família.”

sábado, 17 de dezembro de 2011

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Gentileza gera Gentileza

Incêndio do Gran Circus Norte-Americano completa 50 anos

Amanhã, dia 17 de dezembro, a maior tragédia da história circense – o incêndio no Gran Circus Norte-Americano – completa 50 anos. O incidente aconteceu em Niterói (RJ) e deixou uma contagem oficial de 503 mortos, embora até hoje não se saiba com exatidão a quantidade de vítimas.
O jornalista Mauro Ventura lançou no dia 13 o livro-reportagem O espetáculo mais triste da terra, resultado de uma apuração que durou dois anos e meio. Foram mais de 150 entrevistados, incluindo um dos trapezistas que tinham acabado de se apresentar quando o fogo começou, Santiago Grotto.
Danilo Stevanovich, proprietário do Gran Circus Norte-Americano, nada tinha de norte-americano. Seu sobrenome era eslavo. Em 15 de dezembro de 1961, instalou sua tenda em Niterói e começou a anunciar o espetáculo. O Gran Circus anunciava ser “o mais completo da América Latina”, com 150 animais e cerca de oitenta funcionários.
Entre os funcionários, estava Adilson Marcelino Alves, apelidado de “Dequinha”. Acusado de furto, ele foi despedido do trabalho. Depois disso, passou a rondar o circo recém-montado. Embora haja quem defenda que o incêndio foi causado por um curto-circuito, a versão mais aceita é a de que Dequinha, acompanhado de dois amigos, tocou fogo na lona do circo por vingança.
Dois dias depois da estreia, cerca de 3 mil pessoas lotavam as arquibancadas dentro da lona do Gran Circus – a maioria crianças. Faltando 20 minutos para o fim do espetáculo, a trapezista Nena Stevanovich não chegou a concluir o tríplice mortal que tinha prometido fazer. Em vez disso, gritou “fogo!” e iniciou o pânico entre os espectadores.
Depois do grito da trapezista, bastaram 10 minutos para que toda a lona estivesse coberta pelo fogo. Embora a maior parte dos animais estivesse enjaulada, há relatos de que um elefante ferido abriu um buraco de saída enquanto fugia. Enquanto isso, a multidão tentava escapar do incêndio. Os pisoteamentos foram a principal causa de morte na tragédia. Não havia saídas de emergência suficientes – e a lona não era de náilon, como Danilo Stevanovich clamava, mas de um material bastante inflamável.
Dequinha e seus dois cúmplices, Bigode e Pardal, foram condenados à prisão. O acontecimento fez surgirem dois personagens importantes no Brasil: o cirurgião plástico Ivo Pitanguy, que liderou o tratamento das vítimas, e o profeta Gentileza, que deixou sua vida de empresário e passou a viver sob as ruínas do circo. Hoje, no local, funciona um hospital do Exército.


Façamos hoje 1 minuto de silêncio em memória as vítimas

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